quinta-feira, 1 de maio de 2008

JOÃO GILBERTO O INVENTOR E OS SEUS MITOS

Tem horror a entrevistas, pessoas, ruidos. Antes de inventar a Bossa Nova, João Gilberto tocava violão trancado na casa de banho. A acústica era favorável. Em Copacabana, trocou esse refúgio pelo corredor do prédio e os vizinhos que aguentassem.
Diz-se que o seu gato siamês, de nome Gato, se suicidou depois de ouvir durante 12 horas seguidas o mesmo acorde.
Hoje o mito mora no 29º andar de um apartotel do Leblon, vive de pijama, e recebe bandejas, o violão consertado e cartas ou discos pela fresta da porta. Estica a mão e ninguém vê João, nem mesmo a mulher-a-dias. Até o dentista aceitou atendê-lo no domicílio.
Acorda às cinco da tarde, almoça às 11 da noite, janta às sete da manhã e pode acordar um amigo para uma boa conversa às duas da manhã. Segundo Ruy Castro em “A Onda Que se Ergueu no Mar”, que dedica a Joâo o capítulo “O Mundo Gira ao Redor do Pijama”, o telefone é uma espécie de ligação directa com a vida. Pode falar horas seguidas.
É comum joâo Gilberto interromper os seus espectáculos para reclamar do ruído. Não raro, vai-se mesmo embora. E em alguns espectáculos, com o nome espalhado pela cidade, nem sequer aparece, como aconteceu em 1997, no Brasiliana de Copenhague. Em 2003, músico adiou e depois cancelou os seus concertos previstos para Lisboa e Porto.
Se isto não é um Asperger...

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